O Grupo Disciplinar de Electricidade e Electrónica, da Escola Profissional do Alto Lima, vai realizar nos dias 13 e 14 de Fevereiro as 1as Jornadas Tecnológicas de Electricidade e Electrónica 2007.
O primeiro dia privilegiará uma componente mais técnica, sendo o público alvo alunos dos cursos das áreas de electricidade e electrónica e técnicos desta área. Nos diversos painéis serão abordadas as temáticas Luminotecnia, Energias Renováveis, Automação e Redes SMATV e CATV nas ITED.
O segundo dia coincidirá com uma efeméride de suma importância para o concelho e até para o país: serão comemorados os 100 anos de concessão de alvará para a exploração de energia eléctrica no Lindoso e contará com a presença de responsáveis da EDP, electricistas e técnicos de electrónica da região. Será também realizada uma visita à Central Hidroeléctrica do Lindoso. Paralelamente, nos dois dias, decorrerá uma exposição de material/equipamentos de empresas líderes neste sector. Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Ponte da Barca.
Programa
Dia 13:
10:15h: Sessão de Abertura.
10:30h: Painel 1 - "Energias Renováveis, Eficiência e Qualidade da Energia Eléctrica". Prof.º Dr. João Luiz Afonso.
11:15h: Painel 2 - "Redes de SMATV e CATV nas ITED". Eng.º Luís Peixoto.
12:00h: Visita guiada às instalações da EPRALIMA.
12:45h: Almoço.
14:15h: Painel 3 - "Luminotecnia". Eng.º Domingos Loureiro.
15:00h: Coffee Break.
15:15h: Painel 4 - "Automatização Industrial". Eng.º Vitor Vieira.
Dia 14:
14:15h: Abertura.
15:00h: Visita à Central Hidroeléctrica do Lindoso: Casa das máquinas de Paradamonte.
17:00h: Regresso à Delegação de Ponte da EPRALIMA.
17:30h: Coffee Break.
18:00h: Painel 5 - "Aproveitamento Hidroeléctrico no Lindoso - Centenário de atribuição da licença de exploração".
Cartaz
Nota Histórica
A concessão do aproveitamento da água do rio Lima, em Lindoso, foi outorgada a Justino Antunes Guimarães, de Briteiros – Guimarães e a Jesus Palácios Ramilo, de Ribadávia – Orense, por alvará régio de 14 de Fevereiro de 1907, publicado no Diário do Governo n.º 40 de 20 de Fevereiro do mesmo ano.
As responsabilidades técnicas e sobretudo financeiras do empreendimento, levaram estes pioneiros da hidroelectricidade a transferir a sua concessão para a Sociedade Anónima Electra del Lima, que se constituiu em Madrid em 19 de Maio de 1908, com um capital de quatro milhões de pesetas e o objecto social de “aproveitar as águas do rio Lima”...”transformando a sua potência hidráulica em energia eléctrica”.
As obras foram iniciadas em 1908 e para a sua execução foi necessário vencer, com tenacidade e perseverança, para além das numerosas dificuldades técnicas, naturais num trabalho deste tipo realizado naquela época, outras de ordem política – a implantação da República em 1910 e a Grande Guerra 1914/1918. Em 1921 termina a construção da extraordinária obra de Engenharia que é o canal de derivação, com capacidade de transporte de 20m3/s e 6781 m de extensão, dos quais 4311 m em túnel aberto em granito são.
Neste mesmo ano chega ao porto de Viana de Castelo a primeira maquinaria da Escher Wyss e da General Electric, realizando-se o seu transporte para Lindoso num pitoresco conjunto de tracção mista, bovino e automóvel, tudo tendo no entanto chegado à central sem novidade de maior.
Assim nasceu em Portugal, em 1922, o primeiro grande aproveitamento hidroeléctrico, considerando que a potência instalada de 8750 KVA era muito respeitável para qualquer país europeu naquela época. Nesse mesmo ano, e através das linhas de transporte construídas entre 1918 e 1922, foi possível fazer chegar à cidade do Porto a energia produzida na Central de Lindoso. Nos anos de 1923 e 1924 procedeu-se à sobrelevação da barragem, da altura de 5 m para uma altura de 22,5 m, conseguindo-se desta forma uma albufeira com a capacidade de 750 000 m3.
O crescente aumento dos consumos obrigou a sucessivos trabalhos de remodelação e ampliação da Central, das linhas e do próprio canal, cuja capacidade de transporte foi elevada para 30 m3/s. Em 1951 foi montado o último grupo gerador de um conjunto de cinco, de 40 000KVA, coroação final de um esforço tenaz que colocou a potência da Central do Lindoso em 92 500KVA.
A demanda dos consumos de electricidade no crescimento económico do pós-guerra 1939/1945 e o planeamento de novos centros produtores, chamaram a atenção para o evidente subaproveitamento das potencialidades d Rio Lima, pelo que, 1960, foi solicitada ao Governo licença para a realização dos estudos do Alto Lindoso.
Exactamente no local onde, no primeiro quartel deste século, foi implantado o “açude”, está agora construída a grande barragem do Aproveitamento do Alto Lindoso.
In “Aproveitamento Hidroeléctrico de Alto Lindoso e Touvedo”
Direcção Operacional de Equipamentos Hidráulico - EDP(1993)